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15 outubro, 2023

Ainda sobre o potencial do mercado civil indiano para a Taurus


*LRCA Defense Consulting - 14/10/2023

Em meados de agosto, esta Consultoria publicou uma matéria sob o título "Mercado civil indiano pode aumentar em 40% o faturamento trimestral da Taurus",  onde, por meio de uma análise prospectiva, procurou determinar a projeção do incremento do faturamento trimestral da empresa apenas com as futuras vendas para o mercado civil desse país.

Como o fato causou espécie em alguns analistas, é mister voltar ao assunto para que não haja dúvidas.

Na referida análise prospectiva foram utilizados, como parâmetros comparativos, a quantidade de armas vendidas pela Taurus no 2T23 e o respectivo ticket médio (TM), redundando no resultado financeiro obtido pela empresa no trimestre.

Como a fábrica da Índia ainda não começou a operar, os parâmetros que balizaram a análise prospectiva foram a capacidade mensal de produção de armas civis e o ticket médio projetado para a venda, o que levou aos valores obtidos e ao comparativo percentual, onde se chegou a um aumento possível de 40% no resultado trimestral da Taurus.

Por óbvio, para que esse cenário se concretize e confirme a análise prospectiva, é necessário que a Taurus produza a quantidade de armas prevista e realize a venda pelo valor do TM, o que fica claro quando o título da matéria explicita "...pode aumentar em 40%...". 

Como foi ressaltado na matéria em questão, a Taurus e o Grupo Jindal estão cientes de que o que dá sustentação e perenidade a uma fabricante de armamento leve é o mercado civil.

Portanto, o foco da Taurus, nos EUA, na Índia e no resto do mundo, é o mercado de armas civis, pois é neste que obtém as melhores margens, sendo o motivo primordial de a fábrica indiana começar sua fase operacional produzindo esse tipo de arma. As licitações, como toda a venda por atacado, causam uma diminuição das margens, que é compensada, no entanto, pelos altos volumes envolvidos.

O governo indiano também está ciente desse fato e deverá estimular sua indústria de armamento leve dentro das iniciativas "Make in India" e "Atmanirbhar Bharat" (Índia Autossuficiente) com o intuito de garantir sua perenidade e sustentabilidade. Além disso, com o advento do ataque do Hamas a Isarel, passou a estudar novas medidas e contramedidas eficazes contra o terrorismo, principalmente o oriundo de sua fronteira com o Paquistão.

Nessa questão, parece não haver dúvidas de que uma das providências necessárias seja a flexibilização legal para que a população civil, mesmo dentro de rigorosos parâmetros, possa dispor de algum tipo de armamento leve e, assim, constitua-se em um dos primeiros bastiões de defesa. Uma outra medida passa pelo melhor equipamento de suas polícias, algumas das quais patrulham as ruas dotadas apenas de porretes, enquanto outras contam somente com armas antigas e obsoletas.

Índia: novo divisor de águas
Em síntese, a LRCA Defense Consulting, como uma entidade completamente independente de qualquer empresa ou atividade comercial conexa, mantém sua análise anterior e se mostra convicta de que a Índia poderá se constituir, sim, em um novo divisor de águas para a multinacional brasileira, assim como já o foram a venda para a CBC, a assunção da equipe dirigente liderada por Salesio Nuhs e o turnaround "de livro" que esta implementou na empresa.

Segue, abaixo, a análise prospectiva extraída do texto publicado na matéria citada (os grifos são de agora):

"Projeção trimestral
Para ilustrar o otimismo do CEO da Taurus, esta Consultoria, em parceria com o engenheiro Christian Lima, preparou uma projeção do faturamento trimestral possível, apenas com armas civis, ou seja, deixando de considerar o imenso mercado militar e de segurança indiano, no qual a Taurus já está participando de importantes e significativas licitações.

No 2T23, foram produzidas cerca de 4.300 por dia, com um ticket médio (TM) de venda de R$ 1303,93 ou US$ 260,00. Em consequência, a produção do trimestre (78 dias) foi de 335.000 armas que, ao preço do TM, geraram aproximadamente R$ 436.816,55.

Na Índia, é esperada uma produção full de 1.000 armas civis por dia, com um TM de cerca de US$ 900,00 (valor médio estimado). Assim, a produção trimestral seria de 78.000 armas civis que, multiplicada pelo valor unitário do TM indiano, levaria a um total de cerca de R$ 351.000.000,00.

Como a Taurus detém 49% da JV e seus custos são praticamente zero, haveria um incremento próximo de R$ 171.990.000,00 em seu resultado trimestral, correspondendo a cerca de 40% de seu faturamento com armas no 2T23. Isso considerando-se apenas a venda de armas civis.

Uma outra observação importante é a de que a produção/venda full na Índia, ou seja, de 1.500 armas/dia, redundaria em um total anual de 468.000 armas, significativamente superior ao número (recorde) de 366.000 armas vendidas no mercado brasileiro em 2022."

Saiba mais:

- Lessons for India of Hamas strike on Israel

- ‘Anti-terror forces should learn lessons from unprecedented attack on Israel’: NSG Chief

- Unraveling the Link Between Palestinian Hamas Terrorists and Pakistani Army Training

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